Podia escrever mil textos para ti, mil cartas, mil livros que por muito que escrevesses, expressa-se, não chegaria, não perceberias tudo aquilo que te quero dizer e que não fui capaz todas as coisas que ficaram presas na garganta e ainda hoje me doem, todos os pensamentos mais profundos, todas aquelas coisas que eu imaginei dizer-te de mil e um forma diferentes, com milhentos diálogos e que no fim acabei por não dizer, e sabes porque? O meu silencio é a maior prova da minha dor embora tu possivelmente não compreendas, de que me servia dizer-te tudo? Nada se alterava, a dor continuava e o alivio que sentiria ia ser passageiro, por isso calei-me, guardei para mim todas as coisas que não te disse, ainda hoje as guardo e só eu sei o quanto me pesa. Dizem que há sempre uma dor maior que a nossa , mas cada um sabe o quanto dói em si próprio. Ao inicio passava o tempo a menosprezar a minha dor e a culpar-me por tudo, a autodestruir-me, mas agora , sei a culpa não foi minha, foi nossa , e a minha tristeza é como tantas outras e tenho o direito a senti-las mesmo que não se compare a nada e que para a sociedade não signifique nada. Fica sempre tanto por dizer não é ? a coragem faz sempre falta e o medo é sempre maior , e sabes que mais ? Vai continuar assim, eu nunca te contarei tudo e tu nunca te importarás com esse facto de não saberes e seremos felizes, é a lei da vida.
Sem comentários:
Enviar um comentário