19 novembro, 2011

Saudade.

Lá fora chovia , a trovoada fazia-se ouvir em toda a casa , as luzes estavam apagadas á excepção de um pequeno candeeiro que se encontrava na sala junto ao sofá . Deitada encontrava-se ela , de cara molhada pelas inúmeras lágrimas que derramara naquela tarde, tinha a dor estampada no rosto acompanhada de uma ritmada tosse , pois tinha apanhado uma valente molha ao chegar a casa e nada fizera para o evitar porque percorreu a rua em passos lentos como quem quer ficar molhado , como quem quer disfarçar as lágrimas e dizer que é chuva , assim ela o tinha feito e apenas quando chegou a casa se dera conta do quão encharcada se encontrava , mas nada fez, despiu o casaco , descalçou os ténis e simplesmente "lançou-se" para o sofá e começou o pranto. Fazia naquele dia uma semana que ele tinha ido , fazia uma semana que ele a tinha informado que não se voltariam a ver que ele ia para longe , acrescentando que não o procura-se , pois seria pior para ambos e a dor que tanto ele como ela sentiam seria bastante para os próximo tempos , disse isto enquanto a abraçava fortemente como que a dizer que não a queria deixar , agarrou-a com quanta força tinha , pegou nela , rodou-a no ar, e sussurrou "  gosto muito de ti" , pousou-a suavemente , baixou a cabeça e foi. Ela chorou copiosamente nos dias e seguir a isso , mas a sua dor acabara por acalmar , mas naquele momento completamente encharcada , lembrava-se dele , lembrava-se do quão destruída estava, sentia aquela dor , e só ela sabia o quanto lhe doía , lembrava-se de que o amava e que nunca lho tinha dito e que agora nunca o poderia dizer , lembrava-se que a história deles tinha acabado , percebera-se disso quando ele a olhou nos olhos antes de ir , sabia que era o fim  , chorava  por isso também , mas principalmente chorava  porque apesar de o seu coração ainda bater , estava a morrer , a morrer de saudades!

Sem comentários:

Enviar um comentário